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Dois em cada três angolanos estão descontentes com o Governo

A consultora EXX Africa previu uma forte subida da tensão em Angola e disse que dois em cada três angolanos estão descontentes com actuação do Governo e descrentes nas perspectivas para o país.

“Dois em cada três angolanos estão profundamente insatisfeitos com o seu governo e estão pessimistas sobre o futuro país, segundo o primeiro inquérito de opinião independente feito em Angola desde o confinamento”, escrevem os analistas da EXX Africa na apresentação da sondagem a que à Lusa teve acesso.

“Nos últimos três meses, este sentido desencadeou protestos contra o Governo, que foram brutalmente reprimidos pelas forças de segurança”, acrescenta-se no texto enviado hoje à Lusa, e no qual se antevê “uma forte subida na tensão e no risco de instabilidade”.

Considerando que “a recente violência assemelha-se às cenas vistas nos protestos contra os abusos policiais na Nigéria”, a EXX Africa escreve que “a sondagem mostra uma mudança notável no apoio político ao partido do Governo nos últimos três anos e uma deterioração do ambiente político em Angola, nas vésperas das eleições de 2022, que prometem ser as mais fortemente disputadas na história do país”.

De acordo com o inquérito de opinião feito em outubro, há cinco razões principais para a EXX Africa concluir por um provável aumento da tensão e da instabilidade: má gestão da crise da pandemia, desemprego, subornos e corrupção, crime e insegurança e falta de confiança.

“Os angolanos sentem que a crise do novo coronavírus foi mal gerida e que o Governo usou a crise como uma oportunidade para reprimir a agitação social e limitar as liberdades políticas e dos jornalistas”, escrevem, apontando que “a sondagem mostra que o colapso da economia angolana estava a acontecer muito antes da pandemia, com uma preocupação específica sobre o desemprego massivo e as fracas perspetivas para o país”.

Para além disto, aponta a EXX Africa, a sondagem mostra que “os angolanos estão desiludidos com as motivações políticas da repressão à corrupção e muitos dizem que viram poucas melhorias na restrição das práticas corruptas e na burocracia estatal durante o actual governo”.

A sondagem mostra ainda que “muitos angolanos não olham para a pandemia como a causa primária da crise socioeconómica do país e a maioria gostava de conseguir sair do país e ir viver para outro sítio”.

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