O preço do teste rápido antigénio, obrigatório à todos os passageiros que desembarquem em Luanda, fixado pelo governo em 11.278,18 kwanzas, está a gerar críticas e percepções de que o Executivo está mais preocupado em fazer o negócio.
No âmbito das novas medidas de calamidade pública, que obriga todos os passageiros provenientes do exterior do país a fazerem testes de Covid-19 pós desembarque, os ministérios das Finanças, dos Transportes e da Saúde, fizeram sair um decreto conjunto que fixa o valor de 11.278,18 kwanzas, para o referido teste, que deve ser pago por transferência bancária, em cash ou pelo Terminal de Pagamento Automático (TPA).
O valor a ser arrecadado com a cobrança dos testes, segundo o decreto publicado a 28 de Dezembro de 2021, será repartido entre os ministérios da Saúde (62,79%) e Transportes (37,21%).
O valor é considerado “excessivo” em comparação comalguns países cuja ligação aérea com Luanda é frequente. Por exemplo, em Portugal o teste chega a custar entre 600 a 1.800 kwanzas.
Países vizinhos de Angola, além do certificado de vacina, exigem um teste negativo realizado 48 horas antes da viagem.
Em média 2 mil passageiros chegam semanalmente à Angola, transportados pela companhia aérea TAAG, o que pode resultar na arrecadação, semanal, de cerca de 22 milhões 556 kwanzas. Considerando o número de pessoas que chega à Angola através de outras companhias, o valor certamente será muito superior ao acima estimado.
Entre os passageiros que falaram ao Luanda Post, o sentimento comum manifestado é de tristeza, pois quea medida governamental os empobrece “ainda mais” e fazem criticas porque, acreditam, desestimula os estrangeiros a visitarem Angola, num momento em que o governo gasta “rios de dinheiro” em publicidade para trair turistas.