O Serviço de Investigação Criminal (SIC) confirmou, sexta-feira, em Luanda, que as buscas continuam nas residências dos três altos funcionários da Administração Geral Tributária (AGT) detidos por alegadamente estarem envolvidos no desvio de 7 mil milhões de kwanzas , com vista à obtenção de mais elementos sobre o processo.
Em declarações ao Jornal de Angola o porta-voz da corporaçao, Superintendente-chefe de Investigação Criminal Manuel Halaiwa, explicou que entre os implicados constam o administrador da AGT que é responsável pelos pelouros das direcções do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), Planeamento Estratégico e Tecnologias de Informação, o director de Cadastro e Arrecadação e o chefe do Departamento de Reembolso do IVA.
O porta-voz explicou que as detenções ocorreram na sede da AGT, em Luanda, em cumprimento de mandados judiciais.
“Os três funcionários são suspeitos da prática dos crimes de acesso ilegal ao sistema de informação, devassa por meio de sistema de informação, falsidade informática, associação criminosa e peculato”, declarou. Manuel Halaiwa destacou que a operação foi conduzida pela Direcção Nacional de Combate aos Crimes Informáticos do SIC, em coordenação com o Gabinete de Cibercrime da Procuradoria-Geral da República (PGR), Direcção Central de Operações, Direcção Nacional de Combate ao Crime Organizado, Serviço de Inteligência e Segurança de Estado (SINSE), Centro Integrado de Segurança Pública (CISP) e o Luanda Communication Center (LCC).
As investigações revelaram um esquema fraudulento que envolvia funcionários de diferentes níveis hierárquicos, aproveitando-se de seus privilégios, realizavam operações ilícitas de compensação e reembolso do IVA.
O também director do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa (GCII) do SIC esclareceu que, após as formalidades legais, os detidos serão apresentados ao Ministério Público para os trâmites judiciais subsequentes.
As investigações, segundo disse, continuam para apurar a extensão do esquema e identificar outros possíveis envolvidos. Anteriormente, dois altos funcionários da AGT foram detidos, no âmbito do mesmo caso, relacionado com o desvio de mais de sete mil milhões de kwanzas.
Na semana passada, foram apreendidas três residências luxuosas e cinco viaturas de alto padrão pertencentes a um técnico do Serviço de Tecnologias de Informação e Comunicação das Finanças Públicas, que se encontra foragido em Portugal, disse.
Segundo o porta-voz, o técnico em questão chegou a Luanda no dia 19, vindo de Lisboa, mas ao tomar conhecimento do cerco policial, fugiu de volta à capital portuguesa no dia 22, logo após a prisão dos colegas.