Há um ano das eleições gerais de 2022, a Cunha Vaz & Associados (CV&A) começou a trabalhar com a Presidência e com o Governo de Angola na área da comunicação, noticiava o site Novo Jornal no dia 20 de Outubro de 2021.
Desde Agosto daquele ano, até hoje, chegam às redacçõescomunicados da Presidência com assinaturas de diversos consultores através de endereços de correio electrónicodesta agência e com o logótipo da Cunha Vaz & Associados no fundo da página de cada um desses documentos.
Esta agência de comunicação, fundada há 20 anos em Portugal por António Cunha Vaz, de quem é PCA até os dias que seguem, faz parte do leque das instituições a que a Presidência tem de pagar este ano 104,2 milhões de kwanzas (126 mil dólares) pelo serviço de consultoria especializada, menciona o Governo no OGE 2024.
Com diversas batalhas judiciais perdidas em Portugal, como a com o ex-ministro da Cultura Manuel Maria Carrilho, a quem acusou dos crimes de difamação e ofensa à pessoa colectiva, António Cunha Vaz decidiu, alguns anos depois, vender a agência na sua terra natal.
Hoje, entretanto, António Cunha Vaz tem Angola como “El Dorado” naquilo que é o seu negócio, classifica-o um gestor de topo luso. Porquanto, em tão pouco tempo no mercado nacional, consta na sua carteira clientes gigantes, da política ao sistema financeiro, como são os casos da Sonangol, Assembleia Nacional, ENSA, KPMG, Omatapalo, Carmon Reestrutura, confirmam inúmeras notas de imprensa enviadas às redacções.
Pelo naipe dos clientes, a Cunha Vaz & Associados (CV&A) pode dar-se por feliz no negócio de assessoria e consultoria de comunicação em Angola, embora seja acusada de usar métodos pouco ortodoxos na conquista de cientes, ao ponto de indirectamente tentar celebrar contratos de patrocínio comercial com órgãos de comunicação social que abordam assuntos nada abonatórios acerca dos seus clientes, espelham propostas em posse do Luanda Post (LP).
Em virtude de uma publicação do LP na edição de segunda-feira, 8 de Janeiro, indirectamente o site diariodosnegocios.com acusou que “o jornal descreveu de forma inverídica a carteira de clientes da CV&A, uma consultora de comunicação corporativa, além de distorcer os termos da relação contratual desta com os meios de comunicação social angolanos e de atacar a imagem pessoal do seu fundador, com finalidade que facilmente pode ser percebida”.
A verdade é que em nenhum momento o Luanda Post foi objectivamente desmentido, tanto sobre quem são os clientes, quanto sobre as propostas de contratos de patrocínio comercial com órgãos de comunicação social.
Com uma facturação milionária em Angola nos últimos anos, ter escritório no Ginga Business Center, mas antes instalou-se “ilegalmente” no Hotel Presidente. Em Luanda, a CV&A é dirigida pela portuguesa Ana Filipa Amaro.
António Cunha Vaz, dono da consultora, é acusado pelos meios de comunicação de não se cansar de utilizar qualquer tipo de método para atingir um fim, ou seja, para evitar que o nome de seus clientes chegue aos media pelas piores razões. Em Dezembro passado, apresentou a responsáveis de meios de comunicação nacionais, principalmente sites, contratos de patrocínio comercial no valor mensal de 700 mil kwanzas; como contrapartida, esses ficariam inibidos de divulgar notícias que manchem a imagem de clientes como a Sonangol, Assembleia Nacional, ENSA, KPMG, Omatapalo e a CarmonReestrutura.
Em 2005, António Cunha Vaz foi processado pelo 14.º presidente da Assembleia da República de Portugal, Eduardo Ferro Rodrigues, por difamação num artigo de opinião que escreveu no Diário Económico, em que relacionava o ex-líder do PS ao escândalo de pedofilia da Casa Pia.
Em 2012, a Realizar, empresa de realização de eventos, processou a CV&S de António Cunha Vaz por alegada dívida na prestação de serviços contratados no valor total de 6,7 milhões de euros.