Sobe o número de queixas sobre a “a má prestação dos serviços” do Banco Angolano de Investimento (BAI). As reclamações surgem de todos os lados, desde clientes da instituição e demais agentes económicos que têm no BAI um caminho para a resolução de vários dos seus compromissos. Este quadro tem levantado mesmo a possibilidade de alguns dos clientes largarem a marca e seguirem para outras do mercado que, como atestam as fontes, oferecem melhor atendimento.
Até 31 de Dezembro do ano passado, as contas de balanço do BAI fecharam o exercício de 2022 com uma quebra nos lucros de 29% para 100 mil milhões de Kwanzas e um activo a crescer apenas os tímidos 5%, de acordo com o relatório e contas. Actualmente, a instituição detém o mair activo do mercado bancário nacional e concorre, juntamente com outros gigantes do mercado, para a lista dos que mais ganham em lucros.
Só que, segundo os analistas, este desempemho não se tem traduzido na melhoria da qualidade do team que, diariamente, dá rosto nas agências e centros de empresas daquele banco que o primeiro a ser cotado na Bolsa de Luanda, a BODIVA.
De acordo com as vozes ouvidas numa reportagem do Primeira Página à boca de vários balcões do BAI, com destaque para os balcões da Rotunda do Camama, Zé Pirão e na Avenida dos Combatentes, por exemplo, as queixas estão relacionadas com o mau funcionamento dos canais digitais, a lentidão no atendimento presencial, que chega a levar até mais ou menos duas horas, e a mau atendimento por parte dos seus quadros.
Naquele que se esperava ser o maior banco do país a todos os níveis, incluindo na reputação, a robutez do banco não passa, segundo analistas e um vasto grupo de clientes, dos activos que este detém.
Individualmente, o BAI Directo, plataforma electrónica que integra o serviço Adianta Já, é o serviço da instituição mais reclamado, seguido pelo atendimento ao balcão, este que muito dos nossos interlocutores chegaram a qualificar por “péssimo”.
Segundo um economista que bem conhece a estrutura o board do BAI ouvido pela Primeira Página, a instituição carece de uma avaliação interna das suas actividades nos cinco anos. Protegido pelo anonimato, a fonte considera mesmo que os prémios que este gigante do mercado bancário nacional vem recebendo quer de instituições nacionais, quer de organismos estrangeiros, reconhecendo no BAI todas aquelas qualidades, não fazem justiça aos actos que, nos últimos dias, o banco dirigido por Luís Filipe Lélis tem mostrado aos seus clientes, parceiros e até accionistas.
Recentemente, o banco chegou a ser comparado, por exemlo, ao que era o BPC antes da gestão do banqueiro António André Lopes e do actual PCA E CEO, Claudio Pinheiro. A gestão do BPC, no passado, era cacterizada por graves problemas na plataforma digital e nos canais remotos de interacção com o banco, o que levou a vários julgamentos e a perda de confiança no mercado.
Hoje, segundo analistas e até mesmo segundo as queixas nos meios digitais, o BAI parece seguir o mesmo caminho.
Enchenctes à boca das agências
Quando alguns bancos lutam para combater as enchentes à porta dos balcões, o BAI parece estar a fazer caminho inverso. Só na manhã desta Quarta-feira, na agência situada nas imediações da rotunda da Camama, assistia-se a uma enchente sem precedentes.
Ao que apurámos nesta ronda pelas agências do BAI, um grupo de clientes não deixa de parte a possibilidade de, nos próximos dias, largar a instituição para outras que, segundo estes, oferecem maior comodidade no atendimento, celeridade nas repostas e com sistemas digitais funcionais.
“Não há paciência para tanto. Sinceramente! O BAI, que parecia ser o melhor, olha onde hoje foi parar?! É verdade mesmo que a pessoa tem de ficar mais de duas horas para ser atendida com sucesso, num caso de 15 minutos?”, questionou, aborrecida, uma dona de casa e reformada, com conta naquela entidade bancária.
Este é um entre vários casos de reclamações e de esgotamento no que ao mau atendimento pelos colaboradores do BAI diz respeito.