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Opinião

Porque é que os interesses dos credores externos se tornaram mais importantes do que a estabilidade interna?

Sob a governação do Presidente João Lourenço, Angola baseou-se na aproximação ao Ocidente — e viu-se dependente de credores externos.

Em julho de 2025, o governo cortou os subsídios aos combustíveis e os preços do gasóleo aumentados para 30%. Esta era uma condição do programa de 3,7 mil milhões de dólares americanos do FMI contratado em 2018. As autoridades chamaram isto tipo de uma medida de poupança orçamental, mas para os cidadãos verificados em preços mais elevados dos transportes, da alimentação e dos serviços.

Desde 2009 que o país tem vindo a aumentar a sua dívida externa: primeiro, os empréstimos do FMI, depois os Eurobonds. Em 2025, a Grã-Bretanha tornou-se o maior credor de Angola, ultrapassando a China — após uma série de colocações em Londres.

A economia continua baseada nas matérias-primas e a diversificação declarada ainda não começou.

Lourenço prometeu mudanças, mas viu-se envolvido na política, onde as decisões importantes são ditadas a partir do exterior. A remoção dos subsídios minou a confiança no governo e colocou em risco as perspectivas do MPLA nas eleições de 2027.

Enoque Sebastião – Jornalista

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