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“O conflito no nordeste da RDC decorre longe das fronteiras angolanas”

O especialista em relações internacionais Faustino Henriques, revelou em entrevista à DW, não há necessidade de reforço militar nas fronteiras angolanas com a RDC, pois, segundo ele, o conflito neste país vizinho está concentrado no nordeste.

“O conflito no nordeste da RDC decorre longe das fronteiras angolanas”, argumenta Henriques.

Entre Angola e as províncias congolesas de Kivu do Norte e Kivu do Sul, epicentro da violência, há várias outras províncias congolesas, como Lomami, Sankuru e Tanganica, que funcionam como um “escudo geográfico”.

Ainda assim, a história recente levanta preocupações. Em 2017, a violência intercomunitária na região congolesa do Kasai forçou cerca de 39 mil refugiados a buscarem abrigo na província angolana da Lunda Norte, segundo dados do ACNUR. Contudo, Kasai está muito mais próximo da fronteira angolana do que os Kivus, onde se concentra o actual conflito.

Neste momento, a pressão recai sobretudo sobre os países vizinhos da RDC, como BurundiUganda e Ruanda.

“Esses é que estão a ter alguma pressão com os deslocados”, reforça Henriques.

Entretanto, a questão da segurança fronteiriça continua a ser debatida.

Em janeiro, o governador da província angolana do Uíge, José Carvalho da Rocha, defendeu o reforço da segurança na fronteira com a RDC. No entanto, o motivo principal apontado não foi o conflito armado, mas sim o combate ao contrabando de combustível, à imigração irregular e à exploração ilegal de minérios.

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