A edificação de um aeroporto não é um fim em si. Uma infraestrutura aeroportuária é sim, um meio crucial com vista à implementação de uma determinada estratégia de prestação de um serviço público com fins lucrativos.
Para o caso em análise, a pergunta é saber qual é a estratégia da nossa TAAG nos planos doméstico, regional, continental e global para a qual procurou equipar-se com tão grande e invejável infraestrutura?
A poderosa e eficiente Ethiopian Airlines, que faz o orgulho de todos os africanos, começou a operar em 1945, aplicando uma estratégia que correspondia na altura à sua vocação pan-africana.
Nos dias de hoje, a Ethiopian Airlines foi mais longe na sua ambição comercial apresentando-se, neste novo contexto, com uma frota de 134 aparelhos dos mais modernos e um roteiro composto por 127 destinos, nomeadamente na Europa para Frankfurt, Londres, Paris, Roma, Bruxelas e Estocolmo; na Asia para Bangkok, Pequim, Xangai, Nova Deli, Hong Kong, Guangzhou, Mumbai; para numerosos destinos no Oriente Médio; para Washington D.C. e Toronto na América do Norte e São Paulo na America do Sul.
Em Africa a Ethiopian voa para Abidjan, Abuja, Accra, Adis Abeba, Antananarivo, Asmara, Bamako, Blantyre, Benin, Brazzaville, Bujumbura, Bulawayo, Bosaso, Cairo, Cidade do Cabo, Comores, Conacri, Cotonou, Dakar, Dar-Es-Salaam, Dire Dawa, Djibuti, Douala, Entebbe, Enugu, Gaborone, Garowe, Goma, Harare, Hargeisa, Joanesburgo, Juba, Kano, Cartum, Kigali, Kilimanjaro, Kinshasa, Lagos, Libreville, Lilongwe, Lomé, Luanda, Lubumbashi, Lusaka, Malabo, Maputo, Mombaça, Mogadíscio, N’Djamena, Nairobi, Ndola, Niamey, Nosy Be, Ouagadougou, Pointe-Noire, Seicheles, Victoria Falls, Windhoek, Yaoundé e Zanzibar.
A imagem que publico abaixo mostra claramente o estado em que se encontra a Africa em matéria de mobilidade aérea. Considerando ainda a Africa no seu todo, como um grande mercado com cerca de um bilhão e trezentos milhões de consumidores ávidos de explorar novos horizontes;
A nossa TAAG tem aí uma grande oportunidade de mercado, se quiser adoptar políticas adequadas à situação do continente.
Os africanos precisam de intensificar a circulação de pessoas e bens no seu espaço de mais de 30 milhões de km2 com um potencial económico enorme, ainda por explorar.
Se o país não tiver uma ambição e uma estratégia para a TAAG, o novo aeroporto que custou o sacrifício dos angolanos todos, está condenado à partida a ser mais um “ELEFANTE BRANQUINHO”