O antigo secretário de Estado norte-americano, Henry Kissinger, morreu às primeiras horas desta quinta-feira (noite de quarta-feira em Washington, nos EUA). Tinha 100 anos.
Diplomata carismático nos anos 70, foi secretário de Estado e Conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos nos governos dos presidentes Richard Nixon e Gerald Ford. Foi galardoado com o Nobel da Paz. Aplaudido e contestado, é considerado o artífice da diplomacia norte-americana no pós-guerra e reconhecido como um negociador hábil nos tempos mais quentes da Guerra Fria.
Henry Kissinger era cidadão americano de origem alemã, tendo ingressado nas fileiras do exército dos EUA durante a II Guerra Mundial. Foi também professor de História e Política na prestigiada Universidade de Harvard.
O homem que serviu dois presidentes dos EUA morreu na sua casa no Estado do Connecticut, nos Estados Unidos.
Diplomaticamente ativo até ao final de vida, Kissinger esteve em julho deste ano em Pequim numa visita surpresa para se encontrar com o presidente chinês, Xi Jinping.
A relação complexa de Kissinger com a China foi, desde sempre, um dos marcos na carreira do mais celebrado dos diplomatas dos EUA.
Foram de Kissinger, também, as difíceis negociações para a saída dos Estados Unidos no Vietname, depois da mais complexa guerra dos norte-americanos.
O acordo de cessar-fogo entre as forças de Washington, o então Vietname do Norte e a guerrilha comunista, apoiada por Hanói no sul vietnamita acabaria por lhe valer um controverso Nobel.
Envolvido em polémica foi também o seu apoio ao golpe que derrubou Salvador Allende, no Chile, em 1973.
Em 1975, terá sido Henry Kissinger e o presidente Ford que aprovaram a invasão da então colónia portuguesa de Timor-Leste pelos militares indonésios.