Parentes de peregrinos desaparecidos durante o hajj na Arábia Saudita procuraram hospitais no passado dia 19 de junho, temendo o pior após a morte de mais de 900 fiéis durante esta grande peregrinação muçulmana anual, a maioria devido à onda de calor.
A maioria dos peregrinos mortos durante o hajj da semana passada em Meca , a cidade mais sagrada do Islão no oeste da Arábia Saudita, são de nacionalidade egípcia.
Segundo um diplomata árabe, o número de mortos egípcios no hajj é de pelo menos 600 vítimas. “Todas as mortes (recém-anunciadas) são devidas ao calor”, disse, quando as temperaturas atingiram 51,8 graus Celsius.
Anteriormente, outros diplomatas relataram que pelo menos 323 egípcios morreram durante o hajj, que contou com a presença de cerca de 1,8 milhões de pessoas este ano, a maioria delas estrangeiras. O novo número de mortos egípcios eleva para 922 o número total de mortes registadas até agora no hajj, segundo uma contagem da AFP baseada em dados fornecidos por diferentes países.
O hajj é um dos cinco pilares do Islão e todo muçulmano, que pode pagar, deve fazê-lo pelo menos uma vez na vida. As datas do hajj são determinadas de acordo com o calendário muçulmano, com base nos ciclos lunares, e osrituais têm ocorrido nos últimos anos sob temperaturas escaldantes. Todos os anos, dezenas de milhares de peregrinos tentam realizar o hajj através de meios irregulares porque não podem pagar as autorizações oficiais, muitas vezes caras.
Além das mortes egípcias, 60 mortes jordanianas foram anunciadas por diplomatas árabes. Mortes também foram confirmadas na Indonésia, Irão, Senegal , Tunísia e Curdistão iraquiano. Um diplomata asiático relatou “68 mortes” entre peregrinos indianos. Diplomatas disseram na véspera que 550 corpos foram transportados para o necrotério de Al-Muaisem, um dos maiores de Meca.
As autoridades sauditas afirmaram no domingo que trataram mais de 2.000 peregrinos que sofriam de stress térmico, sem fornecer informações sobre mortes .
