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Kinda Home fecha em Portugal e avança com despedimentos

Luís Vicente, um dos homens mais ricos de Portugal, começou por ser uma referência da pera rocha, nos anos 60 do século passado, em Torres Vedras, tendo mais tarde convertido a Luís Vicente SA num gigante na produção e comercialização de fruta e legumes.

Segundo o Jornal de Negócios, no início dos anos 90 partiu à conquista de Angola, onde criou um grupo diversificado que está presente em várias áreas de negócio – entre outros, detém a produtora de refrigerantes e sumos Refriango, e uma rede de retalho alimentar de centenas de lojas através de insígnias como Mega – Cash & Carry, Bem Me Quer e Bem Perto, empregando mais de cinco mil pessoas.

A fonte avança que que, em 2013, o grupo Nuvi, nome do universo empresarial de Luís Vicente, entrou no negócio da comercialização de mobiliário e decoração, abrindo lojas com a marca Kinda Home em Angola, onde detém quatro espaços.

Consolidada a presença da marca no mercado angolano, Luís Vicente decidiu “exportar” a Kinda Home para Portugal, tendo em novembro de 2018 inaugurado a sua primeira loja no Porto, onde edificou de raiz um prédio, após a demolição da carcaça de betão da falida Moviflor, na Rotunda AEP, num investimento superior a 20 milhões de euros e que, na altura, criou, 150 postos de trabalho.

Em outubro de 2019, um ano depois de ter chegado a Portugal, o grupo Nuvi concluía que o seu negócio de mobiliário e decoração em Portugal  não estava a correr bem, tendo contratado John Leitão para liderar a Kinda.

Filho de pai português e mãe inglesa, John Leitão nasceu em Londres em fevereiro de 1981, cresceu em Portugal e formou-se em Engenharia Informática pela Universidade Nova de Lisboa, mas trocou os computadores por uma carreira na consultoria.

Tirou um MBA na Harvard Business School e iniciou a sua vida profissional na Boston Consulting Group (BCG), ao serviço do qual trabalhou em diversas geografias e indústrias, sobretudo no retalho e no marketing.

Chegou a estar um ano no escritório da BCG em Sidney, na Austrália, tendo saído da consultoria em maio de 2013 para o cargo de CEO da marca de alta joalharia e relojoaria suíça de luxo Grisogono, onde se manteve mais de cinco anos.

 Voltou à BCG em 2019, tendo em novembro desse ano assumido o cargo de CEO da Kinda, de onde saiu há pouco mais de dois meses.

Agora já sem Leitão, a empresa comunicou aos seus trabalhadores que a Kinda vai fechar e avançar com um despedimento coletivo. 

 Contactado pelo Negócios, o novo CEO da Kinda, Dinis Santos, afirmou que “não está ainda definido como vai ser executado esse fecho e o despedimento coletivo”.

Última nota: em março passado, a Jerónimo Martins e o grupo Nuvi notificaram a Autoridade da Concorrência da criação de uma “joint-venture” para a produção de mandarina, nectarina, pêssego e ameixa.

“A nova empresa juntará duas das maiores fortunas de Portugal: a família Soares dos Santos e Luís Vicente”, escrevia, na altura, o Negócios.

 

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