Designado “Campeão para a Reconciliação e Paz em África”, devido ao seu engajamento para a pacificação no continente, sobretudo no âmbito da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRG), João Lourenço fechou por completo às portas à Oligui Nguema, autor do golpe de 30 de agosto que derrubou Ali Bongo Ondimba.
Segundo apurado, o líder golpista tem levado à cabo uma maratona diplomática aos chefes de Estado da região para justificar as razões que o levaram a assumir o poder em Libreville, mas também as suas ambições para a transição em curso no Gabão, que deve durar pelo menos até agosto de 2025.
De acordo com a Jeune Áfrique, o presidente da transição gabonesa, empenhado numa campanha para normalizar as suas relações com os seus vizinhos, mas também com os parceiros internacionais, está a pedir aos seus pares da União Africana e da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC) que obtenham o levantamento das sanções impostas ao seu país desde o golpe de Estado de 30 de agosto.
Depois de se ter deslocado à Malago, Guiné Equatorial, Congo Brazaville e Congo Kinshasa, o general tem na agenda uma deslocação a Luanda, para se encontrar com o Presidente angolano, João Lourenço.
No entanto, uma fonte bem posicionada confidenciou a este portal que João Lourenço, na qualidade de Campeão para a Reconciliação e Paz em África, dificilmente terá encontro com o novo homem forte do Gabão, pois, seria legitimar alguém que chegou ao poder através da alteração da ordem constitucional.
O sinal de que as coisas não andam bem entre Luanda e as novas autoridades de Brazaville, foi facto de os dois lideres da mesma sub-região terem participado da COP 28, que decorre no Dubai, sem no entanto, colocarem na agenda qualquer encontro.
Recorde-se que logo após o golpe de estado no Gabão a 30 de Agosto do corrente ano, o estadista angolano terá se deslocado imediatamente para Oyo, República do Congo, para consultas políticas com o Presidente Denis Sassou Nguesso sobre a situação no Gabão.
Angola e Gabão integram a Comunidade Económica dos Estados da África Central. Outros membros são o Burundi, Camarões, RCA,, Chade, Congo, RDC, Guiné Equatorial, Ruanda e São Tome e Príncipe.
