O empresário português Manuel Couto Alves, fundador do grupo MCA, foi condecorado pelo Presidente da República João Lourenço na 8.ª Cerimónia de Condecoração no âmbito dos 50 anos da Independência Nacional.
As distinções visam reconhecer “personalidades cujas acções representam contribuição relevante para o alcance da Independência, da Paz e do Desenvolvimento Nacional”.
Segundo relatos da imprensa angolana, Manuel Couto Alves é o empresário que mais beneficiou de adjudicações directas do Estado angolano, com contratos que somam mais de 1,7 mil milhões de euros e 44 mil milhões de kwanzas, sem concursos públicos.
Contratos milionários sem concurso público
O seu grupo empresarial, MCA foi beneficiado por sete despachos presidenciais entre 2017 e 2025. As obras incluem:
- Electrificação de 60 comunas com sistemas híbridos de energia (2022), no valor de 1,02 mil milhões de euros;
- Adendas contratuais para expansão do projecto em Malanje, Bié, Moxico, Lunda-Norte e Lunda-Sul (2024);
- Instalação de painéis solares em Bailundo, Benguela, Biópio, Kuito, Lucapa e Saurimo, por 2,7 milhões de euros, ao abrigo do Despacho Presidencial n.º 130/25.
Outros contratos anteriores incluem:
- Infra-estruturas no Uíge e Negage – Kz 5,5 mil milhões;
- Obras na Rua Ndunduma (ex-FAPLA) – Kz 1,7 mil milhões;
- 2.ª Circular Luanda–Kifangondo/Funda/Catete – Kz 19,9 mil milhões;
- Reabilitação das estradas Ondjiva–Cuamato–Naulila e Luena–Luéa–Lumeje, avaliadas em Kz 17 mil milhões.
Dívidas acima de mil milhões de euros
Quem é Manuel Couto Alves
Manuel Couto Alves é Presidente do Conselho de Administração do grupo MCA, fundado em 1998. Oriundo de uma família empresarial portuguesa ligada à construção civil, foi sócio do Grupo ACA entre 1986 e 1998. Liderou a expansão internacional da MCA, com presença em Angola desde 2013.
É conhecido não pelos milhares de obras que já construiu mundo fora mas pelos milhões de euros que pagou a Tatyana Franchuck, uma ex-modelo ucraniana com quem casou em 2009.
Manuel Couto Alves começou a sua atividade profissional com uma empresa de construção civil, seguindo as pisadas do pai, mas rapidamente entrou em outras áreas de negócio, como a energia, a exploração de pedreiras, máquinas e a concessão de marinas.
Segundo à revista visão, no total, o grupo MCA, fundado em 1998, tem empresas em sete países – Portugal, Angola, Alemanha, Espanha, Moçambique, Guiné Conacri e Argélia – e emprega mais de 2 mil colaboradores.
Apesar da dimensão do grupo, Couto Alves passava ‘despercebido’ até a sua mulher dizer que queria 130 milhões de euros para se divorciar dele.
Uma quantia que transformou a separação do empresário de construção civil no mais caro divórcio já realizado em Portugal.
Possui casa em Angola e em quase todos os países onde tem negócios. É dono de um iate amarado em Palma de Maiorca e tem “um barco mais pequeno” na Marina de Gaia. A casa de família é, oficialmente, na Foz do Porto, relativamente perto do local onde vivem a primeira mulher do empresário e a sua única filha, para quem construiu um centro hípico em Leça da Palmeira.
Couto Alves é ainda proprietário de casas na Quinta do Lago, no Algarve, em Guimarães e é proprietário da Douro Marina, em Vila Nova de Gaia, com capacidade para albergar 300 barcos.







