Além do mítico Estádio Nacional 11 de Novembro, que tem a capacidade para 50 mil espectadores, o Governo reduziu também mais que pela metade as despesas inerentes a outros estádios construídos no âmbito do Campeonato Africano das Nações que o País acolheu pela primeira e única vez em 2010.
Ao contrário do Orçamento Geral de Estado para 2023, em que o Governo destinou 100 milhões de kwanzas para a manutenção do Estádio Nacional 11 de Novembro, para 2024 foram apenas destinados 30 milhões Kz, constatou oLuanda Post através da proposta entregue recentemente à Assembleia Nacional por José de Lima Massano, ministro de Estado para a Coordenação Económica.
Sem avançar as razões, segundo cálculos efectuados por este jornal, o corte da despesa que o maior estádio de futebol do País irá ter no ano que vem é de 70 milhões de kwanzas.
No passado mês de Agosto, recorde-se, o Governo, liderado pelo Presidente João Lourenço, aprovou a contratação da empresa ACC-Africa Swiss, ligada ao israelita Grupo Mitrelli, para a reabilitação do Estádio 11 de Novembro, com carácter de urgência, a fim de evitar o seu desabamento e visando a participação do Petro de Luanda na Super Liga Africana.
A empreitada para a reabilitação parcial do Estádio Nacional 11 de Novembro, que está agora com nova imagem, custou 22,4 milhões de dólares norte-americanos, ao passo que a fiscalização foi adjudicada pelo valor global de 1,3 milhão USD à AMBIGEST – Gestão de Engenharia e Ambiente, S.A.
Na altura, à ministra da Juventude e Desportos, Palmira Barbosa, foi delegada competência, com a faculdade de subdelegar, para a aprovação das peças do procedimento, bem como para a verificação da validade e legalidade de todos os actos praticados, incluindo a celebração e assinatura dos respectivos contratos.
Além do mítico 11 de Novembro, com a capacidade para 50 mil espectadores, o Governo reduziu também mais que pela metade as despesas inerentes a três estádios construídos no âmbito do Campeonato Africano das Nações que o País acolheu pela primeira e única vez em 2010, nomeadamente o da Tundavala, na Huíla, do Tchiaze, em Cabinda, e de Ombaka, em Benguela.
Por exemplo, na Huíla, o Estádio da Tundavala, inaugurado na véspera do CAN 2010, a sua despesa para manutenção passou de 100 para 30 milhões de kwanzas, um corte de 70 milhões Kz.
Quem também vai ver cortada em 2024 a sua despesa para manutenção de 100 milhões Kz para 70 milhões é o Estádio do Tchiaze, na província de Cabinda, uma infra-estrutura que há mais de sete anos se encontra desactivado e sem receber jogos devido ao estado avançado de degradação.
Ombaka fora das contas do Governo
À semelhança do que aconteceu em 2023, em que o Governo não cabimentou verbas para a manutenção do Estádio de Ombaka, em Benguela, na proposta orçamental em posse da Assembleia Nacional aquele recinto desportivo fica de novo sem dinheiro.
No documento, o Governo não explica de que maneira e onde irá sair o dinheiro para a manutenção do estádio que nos últimos anos tem servido de quartel-general do Williete Sport Club de Benguela, aliás, esta formação, que tem como patrono o empresário Wilson Faria, há anos que tem solicitado ao Ministério da Juventude e Desportos à sua tutela para a gestão.
Informações em posse deste jornal apontam que, para a realização de jogos no Estádio de Ombaka, as equipas pagam por jogo o equivalente a 500 mil kwanzas.