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Estacionar viaturas em Luanda… o bicho-de-sete-cabeças para os automobilistas

Quem vive na capital do nosso país e conduz, o primeiro pensamento e preocupação que lhe vem à mente quando se dirige ao centro da cidade é sobre onde estacionar a sua viatura. A verdade é que, em Luanda, a cada ano que passa o drama de estacionamento de automóveis cresce sob o olhar silencioso de quem devia dar solução.

O Governo Provincial de Luanda (GPL), na pessoa do seu governador, Manuel Homem, não pode sacudir a água do capote nem tentar deixar a culpa morrer solteira. Pois, não se compreende como, de forma expedita, os fiscais do PGL rebocam viaturas na via pública, por alegado mau estacionamento, mas não conseguem combater, também na via pública, os espaços de estacionamentos ocupados por pessoas sem legitimidade para fazê-lo.

Quem circula pela cidade de Luanda sabe que sem a devida gasosa é quase impossível estacionar na via pública em qualquer ponto, porque, efectivamente, os espaços de estacionamentos são bloqueados com bidões e pedras por jovens que só desbloqueiam os locais na eventualidade de os condutores garantirem a chamada “gasosa”, mecanismo vergonhosamente interpretado como um suposto “entendimento entre as partes”.

Um cenário que devia envergonhar quem, aparentemente, está mais preocupado em rebocar viaturas na via pública, por alegado mau estacionamento, quando a preocupação devia ser combater um problema que está às vistas de tudo e todos. Na prática, ao não combaterem o acto ilegal de ocupação de espaço na via pública por muitos jovens, os fiscais do GPL ajudam a criar mais constrangimentos aos utentes.

Deviam tentar fazer um trabalho de fiscalização de proximidade, baseando- -se na vertente pedagógica. Os automobilistas pagam, anualmente, o Imposto sobre os Veículos Motorizados (IVM), que, entretanto, os legitima circular pelas estradas e estacionar na via pública.

Definitivamente, o GPL não devia ter competência para remoção de viaturas na via pública, por alegado mau estacionamento, esta competência devia ser da Polícia Nacional e não dos serviços de fiscalização das administrações municipais, como acontece actualmente. Na verdade, quem tem legitimidade para fazê-lo é Polícia de Trânsito, porque a sua missão é fiscalizar o cumprimento do Código de Estrada.

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