O islão é, sem dúvidas, a segunda, senão mesmo a mais populosa denominação religiosa à face terra, a seguir ou à frente do cristianismo, esta última liderada pela Católica, pelo menos em termos numéricos. Entretanto, o problema associado à crença nascida em Meca e disseminada em Medina, na Arábia Saudita, prende-se com a sua inclinação em submeter o Estado às regras e/ou jurisprudência constante no Alcorão, o seu livro sagrado, uma obra espiritual à semelhança da Bíblia para os cristãos.
E pior do que pretender submeter toda uma nação ao modo de ser e estar aprovados pelo Alcorão é que os fiéis dessa confissão religiosa, o islão, nalguns casos impõem essa vontade por via da força, uma situação do conhecimento de seus líderes, mas que fingem não saber porque de uma ou de outra forma os beneficia.
Foi, ao nosso ver, repugnante o modo como diferentes órgãos de comunicação social angolanos, desde os tradicionais e os digitais, cobriram a mais recente visita a Angola do líder do conselho islâmico de Moçambique, Sheikh Mohamed Aminuddin. Da parte dos profissionais de comunicação, tendo em conta as questões apresentadas, não se identificou sequer alguma preocupação real daquilo que o islão representa para os ateus, cristãos e de outras confissões religiosas a nível do mundo.
É verdade que o islão, enquanto fé, apregoa o amor, o perdão e a paz. Mas também não deixa de ser verdade que alguns de seus fiéis recorrem ao terror para forçar os Estados a satisfazer seus intentos religiosos e culturais, sempre que percebem ser popularmente mais representativos numa determinada circunscrição. O aqui vertido ocorreu no Norte da Nigéria, entre 2010 e 2015, altura em que aquele país, maior produtor de petróleo em África, era governado por Goodluck Ebele Jonathan, um cristão devoto.
O Boko Haram, grupo terrorista islâmico, prometera parar seus ataques em troca da saída do poder de Goodluck, por ser cristão. Além desses grupos que se vão criando para chantagear os governos e as populações, os principais Estados responsáveis pela proliferação do islão no mundo, como o Irão e a Arábia Saudita, manifestam um certo preconceito para com pessoas alheias ao islão.
Em ambos os países não existem separação entre a religião islâmica e o Estado, já que as leis são fundadas no Alcorão. Embora seja islâmico, no Irão, por exemplo, o cristianismo é legalmente reconhecido, mas o seu exercício, do ponto de vista prático, é quase proibido, segundo um relatório das Nações Unidas tornado público o ano passado (2022). Na Arábia, por sua vez, é proibida qualquer confissão religiosa que não seja o Islão. No Egipto, em 2012, o primeiro Presidente democraticamente eleito, Mohamed Morsi, da Irmandade Muçulmana, promoveu e promulgou uma alteração constitucional que visava aproximar aquele país famoso pelas suas pirâmides e histórias faraónicas às regras do Alcorão.
Portanto, como dito acima, o islão é um perigo apenas por ser mais do que uma confissão religiosa, já que acaba por ser um projecto de nação para os seus adoradores. Não é que pretendemos, com este editorial, impelir o Estado a recusar o pedido de legalização do islão, porém sugerimos aos tomadores de decisões de que talvez fosse melhor ouvir o povo em relação ao assunto.