Depois da detenção do presidente e do vice-presidente da Associação Nacional dos Taxistas de Angola (ANATA), Francisco Paciente e Rodrigo Catimba, as forças de segurança anunciaram as detenções de mais três líderes associativos.
Trata-se de Francisco Eduardo, presidente da Associação dos Taxistas de Angola (ATA), Rafael Ginga Inácio, líder da Cooperativa de Táxis Comunitários de Angola (CTCA) e António Alexandre Freitas, responsável da Cooperativa dos Taxistas e Motociclistas Freitas (CTMF).
São acusados de associação criminosa, incitação à violência, atentado contra a segurança nos transportes e terrorismo, “consubstanciados em fortes indícios do seu envolvimento na promoção de atos de vandalismo e arruaça de bens e serviços públicos e privados protagonizados no final de julho do corrente ano”, detalhou Manuel Halaiwa, porta-voz do Serviço de Investigação Criminal.
Para o SIC, a detenção destes cidadãos decorre de uma investigação que determinou a sua participação e de outros sujeitos nos tumultos contra o aumento dos preços dos combustíveis. Manuel Halaiwa diz que as diligências prosseguem.
Acusações de associação criminosa e terrorismo
Não são apenas cidadãos ligados aos transportes de táxis que estão a ser detidos.
Um jornalista da Televisão Pública de Angola (TPA), um militante da UNITA e dois cidadãos de nacionalidade russa também foram detidos, nos últimos dias, sob a acusação de associação criminosa, terrorismo, financiamento ao terrorismo e falsificação de documentos.
Serra Bango, presidente da Associação Justiça, Paz e Democracia (AJPD), diz que tudo indica que as detenções vão prosseguir: “Agora também já fazem parte do rol de detidos cidadãos de outras nacionalidades e todos eles a pretexto de fazerem parte de grupos terroristas”, afirma em declarações à DW África.
“Por essa altura, qualquer cidadão que se manifeste, que proteste, que consiga mobilizar outros cidadãos para apresentar a sua insatisfação poderá ser considerado como terrorista, como agitador, como criador de factos que atentam contra a segurança do Estado”, acrescentou.
DW