O Palais de la Nation em Kinshasa foi, neste domingo, 19 de maio, palco de tiros. Por uma boa razão, segundo o exército, os atacantes tentaram derrubar o poder existente.
No centro desta acção e à frente deste comando está Christian Malanga, bem conhecido pelos seus vídeos muito hostis ao regime do Presidente Félix Tshisekedi dos EUA onde estava baseado antes deste assalto ao Palais de la Nation.
Foi ele quem transmitiu a primeira mensagem através de vídeos que se tornaram virais nas redes sociais digitais, pedindo ao Presidente Félix-Antoine Tshisekedi que “saisse”.
As imagens mostram-no, com os seus acólitos, brandindo bandeiras do Zaire, antigo nome da República Democrática do Congo sob o regime do falecido Mobutu.
Christian Malanga é bem conhecido nos círculos da diáspora que vive nos EUA pelos seus discursos anti-poder. Muitas vezes fardado, sempre se apresentou como líder do movimento denominado “Novo Zaire” e de um agrupamento que chama de Partido Congolês Unido (UCP). Ele se autodenomina comandante.
Um passado militar que ele assume
Christian Malanga nasceu em 2 de janeiro de 1983 na comuna de Ngaba, em Kinshasa, onde cresceu. Ele foi então visto na África do Sul e depois na Suazilândia, antes de se estabelecer nos Estados Unidos. Ele também se apresenta como empresário.
Em 1998, Malanga mudou-se para Salt Lake City, Utah, como refugiado político que recebeu asilo. Foi proprietário de várias pequenas empresas até 2006, quando foi cofundador da Africa Helpline Society, uma organização sem fins lucrativos na RDC. Ele trabalhou diretamente com as crianças do orfanato local e com as iniciativas de alcance global da organização.
Malanga usou a sua experiência para criar simultaneamente a sua própria organização não governamental, Friends of America, durante este período.
Em junho de 2006, regressou à República Democrática do Congo para cumprir o serviço militar. Em 2007, alcançou o posto de capitão do exército congolês.
Um golpe há muito preparado
Suas principais funções durante seu serviço incluíam oficial de moral de brigada e comando de uma empresa de treinamento responsável por aproximadamente 235 homens sob seu comando.
Foi com as consequências deste treino militar que ele iniciou esta aventura, levando à morte de algumas pessoas.
As suas iniciativas para derrubar o regime em vigor em Kinshasa datam de cerca de dez anos. Através de um vídeo publicado no dia 7 de outubro de 2015, Christian Malanga anuncia o seu compromisso com a “luta pela libertação do nosso país e pelo estabelecimento de um Estado de Direito, a fim de erradicar a escória política existente…”
