O presidente do Partido do Renascimento Angolano – Juntos por Angola (PRA-JA) Servir Angola, Abel Epalanga Chivukuvuku, convidou os integrantes do grupo separatista de Cabinda – Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC), a aderirem ao seu partido, visando o bem comum.
Abel Chivukuvuku, que se encontra em Cabinda em visita de trabalho, teve um sentido meio que reconhecendo a separação do resto de Angola àquela província mais ao norte de Angola, ao sublinhar, no seu apelo, para que a FLEC adira ao PRA-JA, “para o bem de Angola e de Cabinda”.
Essa expressão que difere Angola de Cabinda constou da Constituição portuguesa de 1933, mas um Despacho Legislativo nº 2757, de 1956, reduziu a importância de Cabinda incorporando o território a Angola. E o acordo de Alvor reafirmou esse reconhecimento de Portugal de que Cabinda é Angola.
Portanto, em outras ocasiões, no âmbito da visita que está a realizar em Cabinda, Abel Chivukuvuku prometeu autonomia para a província, caso vença as próximas eleições. E no discurso, que está a ser amplamente partilhado nas redes sociais, Chivukuvuku usa a expressão Angola e Cabinda, talvez sem algum sentido epistemológico.
“Vou fazer um apelo histórico pelo bem de Angola e de Cabinda: todos os membros da FLEC têm que entrar no PRA-JA”, apelou Chivukuvuku, sob fortes aplausos.
O líder do PRA-JA recordou, igualmente, a sua alegada actuação em prol dos independentistas, na década de 1980, orientado pelo então presidente da UNITA, Jonas Savimbi.
“Eu vou repetir, quem mais promoveu e trabalhou nos anos 80 pelas FLEC fui eu, não por minha decisão pessoal, mas por ordem do Dr. Jonas Malheiro Savimbi”, realçou.
De referir que, Abel Chivukuvuku foi chefe-adjunto da inteligência da UNITA, em anos de guerra, tendo actuado por um período considerável na República Democrática do Congo (RDC). E refere-se que foi, em parte desse período, que terá realizado operações em prol da FLEC e dos cabindas.
Relatos indicam que, na RDC, Chivukuvuku chegou a criar um mercado, que alimentava suas operações, bem como uma igreja.
Numa altura em que a UNITA enfrentava sanções internacionais que o impediam de adquirir armas, Abel Chivukuvuku, de acordo com informações, usando mulheres vestidas de madre, alegadamente de sua igreja, conseguiu enviar armas para UNITA usando o território da RDC.
Correio Kianda