O garimpo e a caça furtiva ameaçam a existência da palanca negra gigante no Parque Nacional da Cangandala e na Reserva Natural Integral do Luando, nas províncias de Malange e Bié. A revelação é da Fundação Quissama, que avança que os animais continuam a ser mortos por desconhecidos.
O director executivo da Fundação Kissama, Vladimir Russo, disse em entrevista à RFI, que actualmente, existem cerca de 300 espécies da palanca negra gigante, um número que considera baixo, já que anteriormente a cifra era maior.
Para o ambientalista, a caça furtiva e o garimpo estão a comprometer a existência do animal no parque de Cangandala e na Reserva do Luando, localizados em Malange e Bié.
“Já tivemos um pico alto até mais ou menos 2019-2020, mas a palanca continua a ser morta, continua a ver caça, particularmente a nível da reserva do Luando. Estimamos em cerca de 300 indivíduos, o que é muito pouco para a importância desta espécie. Estes números são números muito baixos. É uma das espécies em mais perigo de extinção do mundo. No entanto, há espécies que têm números maiores, mas 300 é um número muito reduzido. Então, é preciso um esforço conjunto de todos no sentido de podermos proteger a palanca e, particularmente a actividade da caça ilegal e alguma actividade de garimpo que existe na região”, disse o ambientalista Vladimir Russo.
A Fundação Kissama deu início ao projecto de conservação da Palanca Negra Gigante há mais de 20 anos, participando em campanhas de captura, tratamento veterinário e remoção de armadilhas. Durante vários anos foi a organização que geriu o Parque da Cangandala, até à transferência para o governo e tem estado na Reserva do Luando desde 2015.
A Palanca Negra Gigante é um antílope que só existe em Angola. Tem estatuto de protecção internacional e actualmente possui o estatuto de criticamente ameaçada. Nos anos 1970, estimava-se que existia uma população total de cerca de 2500 palancas. Actualmente, o número total fica-se pelos 10% da população original.
