Tubarões azuis bateram os Camarões (1-0) e ficam a três pontos de garantir a presença no primeiro campeonato do mundo da sua história.
A importância do jogo extravasava largamente as quatro linhas. Na tarde desta terça-feira, o Governo cabo-verdiano decretou tolerância de ponto para que os funcionários públicos da ilha de Santiago pudessem acompanhar a partida. Em redor do Estádio Nacional, na Praia, a cidade vestiu-se de azul: carros enfeitados com bandeiras, lojas a vender camisolas e cachecóis, colunas a ecoar músicas dedicadas aos tubarões azuis.
A capital transformou-se num autêntico palco de festa e entusiasmo, num dia em que Cabo Verde parou para ver o duelo frente aos Camarões, que podia colocar a turma cabo-verdiana a um pequeno passo do Mundial 2026.
Logo aos 6′, um remate rasteiro de Dailon Livramento poderia ter desatado o nó, mas o (ainda) guarda-redes do Manchester United, André Onana, mostrou-se seguro e impediu o tento.
Os tubarões azuis continuaram a pressionar, mas com o passar do tempo os Camarões conseguiram aumentar a posse de bola, sem grandes oportunidades a registar.
Com 0-0 ao intervalo, os comandados de Bubista voltaram a entrar confiantes. E, desta vez, colheram os frutos. Numa arrancada desenfreada, Dailon Livramento deixou a defesa camaronesa para trás e, no cara a cara com Onana, não perdoou, para o delírio de todos os presentes no Estádio Nacional (54′).
Sem deitar a toalha ao chão, os Camarões assumiram as rédeas da partida, enquanto Cabo Verde apostava mais no contra-ataque. Foram minutos de sofrimento, onde Vozinha e os 10 jogadores de campo mostrarem grande espírito de sacrifício, união e competência defensiva, negando as investidas camaroneses, enquanto as bancadas juntavam-se ao esforço dos tubarões, com um apoio inesgotável.
Aos 90′, Willy Semedo teve tudo para fechar as contas, mas, em frente à baliza, perdeu a oportunidade de matar o jogo, rematando ao lado. Ia ser até ao fim…
Nos minutos finais, Camarões deu o tudo por tudo, alojando-se no último terço. Mas o esforço foi em vão e, quando soou o apito final, foi Cabo Verde a festejar, num Estádio Nacional que virou um autêntico vulcão, com direito a invasão de campo.
Um passo de gigante na caminhada cabo-verdiana rumo ao primeiro Mundial da sua história. Com esta vitória, Cabo Verde passa a ter quatro pontos de vantagem sobre os Camarões, com dois jogos por disputar, bastando três pontos para garantir a presença no campeonato do mundo.
Apenas Líbia e Essuatíni separam Cabo Verde do sonho…
A Bola