Angola prepara-se para receber mais 2.100 milhões USD em seis financiamentos do Banco Mundial, elevando para quase 6.000 milhões USD a dívida a esta instituição multilateral, apurou o Expansão.
Segundo a fonte, trata-se de seis programas, em que dois já foram aprovados e falta apenas desbloquear as verbas, e outros quatro estão ainda em fase de negociações, sendo que um deles apenas deverá ser aprovado no próximo ano.
Entre os financiamentos já aprovados, consta um de 300 milhões USD, denominado “Projecto de Aceleração Digital de Angola”, que será atribuído ao Instituto de Modernização Administrativa e que tem como objectivo acelerar a inclusão digital e a adopção de soluções digitais inovadoras para o avanço da economia digital angolana, que tem uma literacia digital baixa, segundo o documento do Banco Mundial, com a população activa de Angola a possuir menos competências digitais (tais como competências informáticas, codificação básica e leitura digital) do que os seus pares regionais, na Namíbia, Tanzânia ou na África do Sul. O programa foi aprovado em Junho, mas as verbas não foram ainda desbloqueadas, apurou o Expansão junto de fonte do Banco Mundial.
Outro programa de financiamento aprovado em Junho deste ano, mas que ainda falta desbloquear o dinheiro, é denominado “Programa de Apoio às Cidades Secundárias”, que vai envolver directamente o Banco Mundial, o Ministério das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação (MINOPUH), os governos provinciais de Benguela, Huambo e Huíla e as administrações municipais de Benguela, Huambo e Lubango. Este programa visa apoiar, com 300 milhões USD, durante cinco anos (até 2029), a implementação do Programa de Autoconstrução Dirigida promovido pelo Governo, que tem como objectivo central lotear 1 milhão de parcelas de terra e aumentar o acesso a soluções de habitação a preços acessíveis em zonas urbanas.
A condição imposta pelo BM para que os financiamento sejam concedidos, é a obrigação em fazer reformas, entre elas, “apertar” o Sector Empresarial Público e a preparar condições para a entrada de privados na distribuição de electricidade.