O Governo angolano vai assinar amanhã em Shenzhen um contrato de 110 milhões de dólares com o grupo de eletrónica Huawei, indicou hoje, João Baptista Borges, Ministro das Energias e Águas do país africano.
O acordo inclui a instalação de infraestruturas tecnológicas como servidores, redes de fibra ótica e sistemas avançados de atendimento e faturação, com vista a melhorar a eficiência no fornecimento de energia e a expandir o acesso à eletricidade, especialmente em centros urbanos como Luanda. A Huawei, que já tem presença significativa em Angola, será responsável por fornecer tecnologia e formação de quadros locais.
“Temos de reforçar a nossa capacidade de gestão comercial e de controlo da clientela. E é nesse âmbito que este contrato com a Huawei surge”, afirmou o ministro numa conferência de imprensa hoje no Consulado de Angola em Macau, destacando que o crescimento das cidades do país obriga à modernização dos sistemas de atendimento e cobrança.
“Temos confiança na Huawei, que já formou muitos jovens angolanos e criou infraestruturas importantes no país”.
Borges esteve presente em Macau nos últimos dias para participar no 16.º Fórum Internacional sobre Investimento e Construção de Infraestruturas, no Centro de Convenções do The Venetian, com Angola a assinar também um memorando de entendimento com a empresa chinesa SMECO para desenvolver infraestruturas de produção, transporte e distribuição de energia e água.
“Foram reuniões bastante produtivas, outras empresas da área da indústria de construção de materiais elétricos. Nós também temos muito interesse em desenvolver em Angola uma indústria de construção de equipamentos e materiais elétricos que esteja virada para aquilo que são as nossas grandes prioridades neste momento no setor elétrico, que é expandirmos a eletrificação para as áreas rurais,”, destacou Borges
Entre as prioridades para o Governo angolano de momento está a construção de linhas de transmissão para levar energia elétrica às regiões leste e sul do país e a ampliação do abastecimento de água, especialmente em Luanda.
“Estamos a construir um sistema de abastecimento para mais de 7,5 milhões de pessoas em Luanda com a participação de uma empresa chinesa. Mas estas necessidades existem em quase todo o país”, afirmou.
O ministro referiu que garantir acesso à eletricidade a 60 por cento da população, mais de 16 milhões de pessoas, é uma das prioridades até ao final do atual mandato, o que representa mais de 16 milhões de pessoas.
O ministro destacou o papel estratégico da cooperação com empresas chinesas na concretização das metas do Plano Nacional de Desenvolvimento, com o seu reforço um dos objetivos da sua visita à China. Borges desloca-se hoje para Shenzhen, com um encontro com o Chefe do Executivo de Macau a ficar, no entanto, fora dos planos da comitiva.