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Administradores do FADA suspeita de receber comissões chorudas no Dubai

O Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Agrário (FADA), instituição criada pelo governo de Angola para potencializar empreendedores que desenvolvem negócios no sector da agricultura, está a financiar empresas estrangeiras sem qualquer exigência de experiência no sector agrícola, enquanto produtores angolanos são humilhados.

A denúncia foi feita por vários empresários angolanos, que se mostram agastados com o comportamento da administração e funcionários do FADA.

Segundo o ConfidenceNews, o FADA está potencializar com dinheiro dos contribuintes angolanos empresas libanesas, indianas e eritreias que fazem parte da máfia das importações de alimentos e sem experiência no sector agroalimentar no país nem no estrangeiro.

No início desta semana o FADA assinou memorandos de entendimento com a MAFCOM e a ANGO-ZARA, empresas ligadas a empresários estrangeiros que historicamente dominaram o comércio de alimentos no país..

Eritreus, indianos e libaneses são frequentemente apontados como os rostos desta rede que enriquece à custa da dependência externa do país. Fontes bem colocadas denunciam que, por trás dos contratos milionários, estão comissões chorudas pagas a administradores do FADA em contas offshore em Dubai, um padrão já associado a esquemas de corrupção de alto nível.

Um empresário agastado com este comportamento desabafou, “ a nós, angolanos, exigem muitos critérios e anos de experiência. Mesmo assim, não conseguimos acesso ao crédito porque depois inventam curvas para arrancarem de nós a famosa ‘mixa’”,

Um outro confidenciou ao nosso portal, que se estas empresas já faturam milhões qual é a razão de receberem mais dinheiro do FADA agora disfarçada de investidores agrícolas?

Outro produtor reforçou a frustração: “É revoltante ver fundos públicos irem parar às mãos de estrangeiros que dizem vir investir, mas que são financiados pelo Estado com esquemas obscuros.”
A máfia da importação agora na agricultura

Analistas alertam que o financiamento desta rede de importadores vai fragilizar ainda mais os angolanos e potenciar ainda mais aqueles que vivem dos esquemas de importação que deixam o país refém e representa um ataque direto à soberania alimentar de Angola. Se antes dominavam os portos e supermercados, agora a situação ganham contornos maiores deixando os produtores nacionais encurralados. “Mais uma vez Angola perde a sua soberania para a máfia dos importadores”, sintetiza um empresário ouvido por este portal.

A jurista Milucha Abrantes já havia denunciado publicamente que muitos estrangeiros chegam ao país com títulos de “investidores”, mas acabam sendo financiados pelo próprio Estado através de esquemas opacos que em nada contribuem para o desenvolvimento sustentável.

“É inadmissível que se continue a premiar quem sempre viveu de importar e nunca produziu, enquanto quem garante comida no prato do angolano é deixado à deriva”, comenta um especialista do setor.
A conta recai sobre o país

Com a agricultura familiar relegada a quarto plano e os produtores nacionais abandonados, o Estado através do FADA continua a apostar em atores externos que pouco ou nada têm a perder caso o projeto fracasse. O resultado, segundo economistas, é mais dependência externa, mais fuga de capitais e menos soberania alimentar.

Enquanto o discurso oficial fala em “fortalecer a agricultura os empresários angolanos, não é o que a prática dita”, a realidade mostra que os cofres públicos estão a ser usados para reforçar o poder de grupos estrangeiros, deixando claro quem realmente controla a mesa onde se decide o futuro da agricultura em Angola.

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