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Vitória para Sarkozy: antigo presidente de França libertado da prisão 20 dias depois

O antigo presidente de França Nicolas Sarkozy foi libertado esta segunda-feira, depois de ter sido condenado a uma sentença de cinco anos de prisão efetiva na sequência de uma condenação que envolveu a obtenção de fundos eleitorais pagos pelo ditador líbio Muammar Khadafi, avança a BFM TV.

Nicolas Sarkozy foi condenado por crimes de conspiração criminal entre os anos de 2005 e 2007, mas entende que a sua prisão não é justa.

Foi nesse sentido que interpôs um recurso para ser libertado de imediato, o que agora foi aceite pelo tribunal. É que os advogados querem que o seu cliente assista ao julgamento de recurso em liberdade, com o juiz que analisou o pedido da defesa a entender da mesma forma.

De acordo com a decisão do tribunal, não existe “risco de ocultação de provas, pressão ou conluio”, pelo que “a continuação da detenção não se justifica.

Assim, Nicolas Sarkozy, que está preso desde 21 de outubro, foi libertado 20 dias depois para assistir ao julgamento de recurso em liberdade, ficando sob controlo judicial, o que inclui uma proibição de sair de França. Pelas 15:00 locais (menos uma hora em Portugal Continental) foi vista uma carrinha a levar o antigo presidente.

O tribunal proibiu ainda Nicolas Sarkozy de contactar o atual ministro da Justiça, Gérald Darmanin, que visitou o antigo presidente na prisão a 29 de outubro, o que foi malvisto entre as autoridades jdiciais.

No julgamento que valeu a condenação ao antigo presidente francês, os procuradores alegaram que Nicolas Sarkozy, que continua a negar todas as acusações, fez um acordo com Muammar Khadafi em 2005, quando era ministro do Interior de França, para conseguir financiamento para a sua campanha presidencial.

Em troca, Nicolas Sarkozy terá prometido apoio internacional ao líder da Líbia, já então isolado a nível político.

Segundo os procuradores, Nicolas Sarkozy e os seus assessores desenharam um “pacto de corrupção” com Muammar Khadafi, tendo a vitória final nas presidenciais de 2007 como objetivo.

Em retorno pelo apoio financeiro, de acordo com o tribunal, o francês prometeu ao líder líbio favores diplomáticos, legais e financeiros, numa lógica de reabilitação da imagem internacional de Muammar Khadafi, que acabaria por morrer assassinado pela rebelião, depois de 41 anos no poder.

Membros da equipa de Nicolas Sarkozy foram acusados de encontros com homólogos líbios logo em 2005. Depois, já como presidente de França, o homem que ainda aguarda sentença convidou Muammar Khadafi para uma longa visita de Estado a Paris, montando até tendas beduínas no Palácio do Eliseu.

Essa marcou a primeira visita de Estado de Muammar Khadafi ao Ocidente desde a quebra de relações ocorrida ainda na década de 1980, já que a Europa via o líder líbio como um ditador patrocinador do terrorismo.

Mais tarde, Nicolas Sarkozy acabaria por levar França a liderar uma frente da NATO que ajudou os rebeldes a derrubar o regime de Muammar Khadafi, que acabou capturado em outubro de 2011.

Em 27 de março, a Procuradoria Nacional Financeira pediu sete anos de prisão e uma multa de 300.000 euros para Nicolas Sarkozy pelo alegado “pacto de corrupção” assinado com o antigo ditador líbio Muammar Kadhafi, morto em 2011.

CNN

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