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N’Gunu Tiny compra activos na Ilha do Príncipe

O empresário N’Gunu Tiny, dono do grupo Emerald, nascido em Angola, mas filho de são-tomenses, está disponível para ficar com os activos da HBD por um “preço justo”, disse ao Negócios fonte conhecedora do processo.

N’Gunu Tiny é filho do já falecido Carlos Tiny, médico de formação, o qual chegou a ser ministro dos Negócios Estrangeiro de São Tome, que em 2001 se candidatou às eleições presidenciais, tendo na altura sido derrotado por Fradique de Menezes.

No Príncipe, a HBD gere os hotéis Omali e Sundy Praia, a Roça Sundy e o resort Bom Bom. No site, o grupo apresenta-se assim: “Na Príncipe Collection, cada visita passa a fazer parte da história duradoura da ilha. Através da nossa Contribuição para a Conservação e Comunidades (CCC), a sua estadia na Roça Sundy, Bom Bom ou Sundy Praia torna-se uma força de desenvolvimento sustentável com um impacto duradouro. Cada noite passada nesta terra encantadora dedica 25 euros por hóspede (com mais de 13 anos) à proteção dos ecossistemas vibrantes do Príncipe, à elevação das comunidades locais e à preservação do delicado equilíbrio entre a natureza e as pessoas.”

“Como estrangeiro, a linha entre lutar pelo que se acredita e lutar para impor as nossas crenças aos outros é particularmente ténue. Acredito que o Príncipe poderia alcançar algo notável se fizesse escolhas diferentes de todas as outras pequenas nações insulares, mas não estou disposto a lutar por isso. Não desejo ser um fator de discórdia na política ou na sociedade do Príncipe”, lê-se numa carta enviada pelo multimilionário ao Governo Regional desta ilha de São Tomé e Príncipe e citada pela Agência Lusa.

“A Emerald está disposta a ser uma solução” caso Mark Shuttleworth deseje alienar os seus ativos na ilha do Príncipe, garantiu ao Negócios fonte do grupo. Ou seja, N’Gunu Tiny encontra-se aberto a ser uma alternativa caso o preço seja “justo” e o pagamento dos ativos se faça de “forma faseada”.

O grupo Emerald, com sede no Dubai, não é virgem no setor do turismo, dado que é um dos acionistas maioritários do Meliá Angola, em parceria com o grupo IBG, uma unidade hoteleira que vai ser gerida pelos portugueses da Hoti Hotéis.

A Emerald é um grupo com interesses diversificados que vão da banca ao mercado de capitais, passando pelos media. Em Portugal, através da subsidiária Media9par, a Emerald detém o Jornal Económico e os direitos de publicação das revistas Forbes Portugal e Forbes África Lusófona.

A Emerald acredita que o desfecho desta crise deverá passar por um entendimento entre o Governo são-tomense e o empresário sul-africano, mas também avisa que a atitude do investidor “não pode ser de chantagem política” até porque tem o monopólio do turismo na ilha do Príncipe.

Neste quadro, o Governo de São Tomé “não pode aceitar perder a soberania” pelo que outra via para resolver este braço de ferro poderá a ser a do Estado nacionalizar os ativos da HBD, indemnizando o investidor pelo valor dos mesmos.

Negócios

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