Em DestaqueEm Foco

Activistas angolanos manifestam-se contra João Lourenço em Nova Iorque

Um pequeno grupo de angolanos participou do protesto. Eram poucos em número, mas a sua menasagem era forte: “João Lourenço é um ditador e não merece estar nos Estados Unidos da América.”

Segundo os organizadores, o protesto visou mostrar à comunidade internacional que os angolanos não se resignam perante aquilo que classificam como injustiça, explica o ativista angolano Nelson Dembo, conhecido como Gansgta:

“Nós podemos mudar o curso da história de Angola. Parece loucura o que estamos a fazer, mas não se esqueçam que loucos abram caminhos para que os intelectuais possam passar. Não se esqueçam que loucos enfrentam pela coragem”, disse.

O especialista em Relações Internacionais, Osvaldo Mboco, sublinha que a manifestação tem relevância não apenas política, mas também simbólica.

“A manifestação é um dos valores da democracia. Normalmente, quando os cidadãos sentem descontentamento em relação a determinada situação, têm este direito de se manifestar. Este gesto tem sempre um simbolismo: é a demonstração de descontentamento,” afirmou.

Para o ativista Gangsta, a iniciativa foi também uma forma de dar visibilidade às preocupações dos cidadãos angolanos fora do país.

“Podemos declarar agora uma luta de revolução popular. O MPLA precisa sair do poder!”, acrescentou.

Sobre os possíveis resultados práticos destas mobilizações, Mboco foi prudente.

“As manifestações têm a característica de pressionar os governos a tomar, ou a não tomar, determinadas decisões. Agora, se vão ou não produzir efeito, isso dependerá muito da forma como as autoridades angolanas olharem para estas exigências e se estarão dispostas a adotar políticas que respondam ao descontentamento dos cidadãos,” destacou.

Para o especilista, a diáspora angolana desempenha um papel cada vez mais relevante na vida política e na projeção externa do país.

“Já no processo eleitoral passado vimos a sua contribuição. O próprio Presidente João Lourenço reconhece que os angolanos dentro e fora do país são todos cidadãos e devem ser tratados de forma igual,” afirmou.

Entretanto, no sábado (28.09) o ministro angolano das Relações Exteriores, Tete António, foi alvo de hostilidades pelo grupo de manifestantes em Nova Iorque e a polícia precisou intervir.

“Independentemente de salvaguardamos os direitos à liberdade de manifestação, em África, respeitamos os mais velhos” criticou Osvaldo Mboco.

A manifestação de hoje em Nova Iorque procurou, segundo a organização, enviar uma mensagem de insatisfação à comunidade internacional e às autoridades angolanas, num momento em que se discutem os desafios políticos e sociais que o país enfrenta.

Deixe Uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Artigos Relacionados