O primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, inaugurou hoje a Grande Barragem da Renascença Etíope (GERD), a maior obra hidroelétrica de África, construída no Nilo Azul, apesar da oposição do Egito e do Sudão.
“A GERD não é apenas para os etíopes, é para África”, afirmou Ahmed, num palco montado em frente ao muro principal da infraestrutura, na região etíope de Benishangul-Gumuz (oeste), a cerca de 15 quilómetros da fronteira com o Sudão, durante a cerimónia de inauguração.
“Esta é a nossa grande conquista: mostrar ao mundo do que somos capazes”, sublinhou o líder etíope.
“Aos nossos vizinhos a jusante, quero garantir que não pretendemos prejudicá-los, mas sim buscar uma prosperidade comum”, afirmou Ahmed, dirigindo-se, ainda, aos adversários da Etiópia, a quem advertiu que “o compromisso é a melhor opção”.
A cerimónia, que foi animada por cantos e danças tradicionais e incluiu um pequeno desfile militar, contou com a presença dos Presidentes de quatro países vizinhos: Quénia (William Ruto); Somália (Hassan Sheikh Mohamud), Djibuti (Ismail Omar Guelleh) e Sudão do Sul (Salva Kiir).
Também estiveram presentes o presidente da Comissão da União Africana (UA), Mahmoud Ali Youssouf, e a primeira-ministra de Barbados, Mia Amor Mottley, entre outros convidados.
A GERD é uma obra com 1,8 km de largura e 145 metros de altura, com uma capacidade total de 74 mil milhões de metros cúbicos de água.
Para o segundo país mais populoso de África, onde cerca de 45% dos 130 milhões de habitantes não têm acesso à eletricidade, é uma garantia de “revolução energética”, segundo os especialistas.