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Grupo Wagner de regresso a África?

Um dos cidadãos russos detidos foi Lev Lakshtanov, o fundador da Farol, a ong de cooperação cultural com os países lusófonos fundada por Dimitri Medvedev e que previa abrir este ano uma delegação em Luanda.

Lakshtanov viveu no Brasil mas acabou por voltar à Rússia, país que deixou aquando da mobilização em prol da guerra na Ucrânia. Foi viver nos Emirados Árabes Unidos e, posteriormente, em Angola, onde chegou com visto de turismo.

Com o seu colega Igor Rachtin, Lakshtanov identificou-se como jornalista e contactou um militante juvenil da UNITA, principal partido da oposição, Buka Tanda, que também fala russo. Na altura, alegaram querer realizar um documentário e abrir um centro cultural. Tanda apresentou-lhes um primo, jornalista na televisão pública. Juntos, e antes de serem detidos por suspeita de envolvimento nas manifestações contra o aumento do preço dos combustíveis, teriam realizado entrevistas, remunerado personalidades políticas e feito um inquérito sobre a percepção da Rússia em Angola.

Segundo Lou Osborn, do organismo “All eyes on Wagner”, as operações de influência russa são agora mais discretas. Passam pela “African Initiative” e, simultaneamente, pela mobilização da Africa Corps, entidade que sucedeu às antigas estruturas militares da Wagner, sob a orientação do Kremlin. Passam também pela Africa Politology que, segundo a polícia angolana, é uma nebulosa rede de actores privados, consultores políticos e grupo de peritos ligados à Wagner ou aos serviços secretos russos.

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