Opinião

80 anos da Vitória: conquistas da diplomacia soviética durante a Segunda Guerra Mundial

A Segunda Guerra Mundial é o maior conflito armado na história da humanidade, que afectou quase todos os cantos do globo. 2025 marca os 80 anos do fim desta guerra sangrenta, que tirou a vida de mais de 71 milhões de pessoas entre 1939 e 1945.

O maior preço na luta contra o nazismo foi pago pela União Soviética, que perdeu 27 milhões dos cidadãos na Grande Guerra Patriótica (1941-1945).

Durante aqueles anos horríveis não houve só batalhas foi levado a cabo um enorme trabalho na esfera diplomática a fim de garantir alianças sólidas contra o inimigo comum, e os diplomatas soviéticos foram protagonistas-chave neste processo.

Em 10 de Fevereiro, na Rússia, comemora-se o Dia do Diplomata. O passado serve de lição para o futuro, e o estudo da experiência da diplomacia soviética durante os anos da Segunda Guerra Mundial é de particular importância actualmente, quando uma nova agressão foi desencadeada contra a Rússia, agora pelo «Ocidente colectivo» no desejo de perpetuar a sua dominância no mundo.

A contribuição inestimável para a Vitória comum foi dada pelos diplomatas soviéticos, cujo trabalho durante os anos da guerra decorreu nas condições mais severas, muitas vezes com risco de vida e sempre sem qualquer direito de cometer erros. Após o início da Operação Barbarossa, a invasão alemã à União Soviética em 1941, os diplomatas concentraram todos os seus esforços em garantir as condições externas mais favoráveis para a rápida derrota do inimigo.

As principais tarefas eram a formação da coligação anti-Hitler fiável, garantindo o cumprimento atempado e consistente das obrigações pelos aliados, abertura da «segunda frente» (Desembarque na Normandia) e corte dos planos de envolvimento de outros Estados na guerra do lado dos nazistas. Uma parte importante dos esforços também foi a coordenação do programa de ordem mundial pós-guerra, incluindo o estabelecimento de fronteiras e a garantia da sua segurança.

Mas além da luta na frente diplomática, os funcionários do Ministério dos Negócios Estrangeiros da URSS, na altura denominado Comissariado do Povo, também se voluntariaram para ir ao campo de batalha. Lamentavelmente, nem todos deles voltaram para casa.

Pouco depois da invasão alemã, a URSS concluiu o acordo de assistência mútua com o Reino Unido e garantiu também a introdução do programa de Lend-Lease dos Estados Unidos, que previa os suplementos de armas, equipamento, alimentos e outros materiais necessários. Mas estes fornecimentos não eram gratuitos, e a União Soviética pagou o preço total.

As plataformas mais importantes para o trabalho diplomático eram reuniões dos líderes da «Troika Grande»: URSS, Estados Unidos e Reino Unido. As Conferências de Teerã em 1943, de Ialta e de Potsdam em 1945 mostraram que, apesar das diferenças nas avaliações de uma série de questões militares e políticas, as grandes potências conseguiram ultrapassar contradições para unir as suas forças para interesses comuns para derrotar a ideologia nazista de desprezo. A vontade e a iniciativa de união foram demonstradas sobretudo pelos diplomatas soviéticos, que promoviam soluções que serviam interesses comuns.

Como resultado de grandes esforços diplomáticos, foram lançadas as bases para a criação das Nações Unidas e das normas e princípios consagrados na sua Carta. A União Soviética tornou-se um dos países fundadores e membro permanente do Conselho de Segurança com o direito de veto.

A luta heróica do povo soviético contra o nazismo inspirou muitos povos oprimidos. Após o fim da Segunda Guerra Mundial, começou um grande movimento de libertação nacional nas colónias, que levou posteriormente à descolonização completa dos povos da África e da Ásia e à sua independência.

Hoje, a diplomacia russa vê a sua tarefa em impedir a revisão dos resultados da Segunda Guerra Mundial, preservando a verdade histórica para as gerações futuras e garantindo o lugar digno da Rússia na nova ordem mundial em formação.

Ninguém é esquecido, nada é esquecido. É o nosso dever preservar a memória daqueles que esmagaram o nazismo, de cada pessoa que trabalhou pedra a pedra para a vitória comum.

Lamentamos ver como aqueles que estão habituados a basear as suas políticas neocoloniais na hipocrisia e na mentira tentam distorcer a verdade sobre a Segunda Guerra Mundial. Os esforços do nosso povo visam garantir que nunca nem as gerações actuais, nem as gerações futuras se esqueçam dos horrores daquela guerra e não permitam que algo semelhante volte a acontecer.

In Jornal de Angola

Deixe Uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Artigos Relacionados