A filha do chefe de Estado angolano, Cristina Lourenço, foi indicada, na quinta-feira, presidente da comissão executiva da Bolsa de Dívida e Valores de Angola (Bodiva), da qual era administradora. O tema está a suscitar críticas e comparações com o antigo Presidente do país, revela à RFI.
Para o advogado e professor Agostinho Canando, embora se tenha usado o critério da legalidade e do mérito para a indicação de Cristina Lourenço, o certo é que nomeação mancha politicamente a imagem do seu pai, que prometeu combater o compadrio, o favoritismo e tráfico de influência.
O activista cívico João Manvidele, director da Omunga, entende que a nomeação de Cristina Lourenço demonstra que João Lourenço herdou os vícios do passado do seu antecessor.
Antes de chegar à Bodiva, Cristina Lourenço era directora-geral adjunta da Unidade Técnica de Acompanhamento de Projectos de Financiamento Externo do Ministério das Finanças. Já tinha estado na Bodiva em 2014, quando era analista de mercados.
A filha de João Lourenço é licenciada em Gestão, pela London School of Economics and Political Sciences, em Inglaterra, em 2012, tendo concluído o Mestrado em Gestão de Investimentos, pela Pace University, Lubin School of Business de Nova Iorque, nos Estados Unidos da América.