A direcção do Clube Desportivo 1.º de Agosto, presidida pelo general reformado Gouveia de Sá Miranda, conseguiu evitar a aplicação de novo castigo pelo FIFA, com o pagamento, dentro dos prazos, da dívida contraída com o técnico sérvio Srdjan Vasiljevic e um adjunto, ainda no consulado do também general licenciado à reforma Carlos Hendrick da Silva,avança o Jornal de Angola.
Segundo a fonte, impedido de inscrever jogadores pela entidade máxima do futebol mundial, desde 24 de Abril do ano passado, o clube rubro-negro efectuou a transferência em divisas de um montante equivalente a 400 milhões de kwanzas, para a coordenada bancária dos credores, no dia 24 de Janeiro, mas apenas na quinta-feira, por força das regras de “compliance”, teve o sinal de recepção dos destinatários, que ficaram obrigados a notificar o organismo reitor mundial da modalidade, até à próxima quarta-feira.
Fonte próxima à instituição federativa nacional (FAF), contactada ontem, pelo Jornal de Angola, tranquilizou a massa adepta da agremiação agostina, em relação aos receios de agravamento das medidas restritivas, designadamente a perda de nove pontos, numa primeira fase, e, na pior das hipóteses, a despromoção administrativa, caso o incumprimento do pagamento da dívida persistisse, no final da presente época.
A propósito, o vice-presidente para o Futebol do 1.º de Agosto, Mário de Sousa Calado, treinador com créditos firmados no país, confirmou a informação, sem deixar de alertar à necessidade de não se confundir a liquidação do passivo com a possibilidade automática de registar novos jogadores, por “estarmos dependentes que a FIFA receba as confirmações da outra parte”.
O Jornal de Angola sabe que os militares do Rio Seco, actuais terceiros classificados do Girabola, com 28 pontos, deram entrada, na FAF, de processos de inscrição condicionada, cuja validação está dependente do “visto-bom” da superintendência do futebol mundial.
A lista dos reforços aguardados pela equipa técnica liderada por Filipe Nzanza é dominada por atletas provenientes dos juniores, com as esperanças depositadas em Paulo, lateral direito formado na AFA, e em Felix Bulaya, extremo de 27 anos, único “sobrevivente” entre os jogadores recrutados da Zâmbia, face à saída de Emmanuel Mukosha, Lewis Macha e Joseph Phiri.
Vasiljevic, técnico responsável pelo regresso dos Palancas Negras ao Campeonato Africano das Nações, em 2019, no Egipto, foi a aposta de Carlos Hendrick, em 2021, para levar o plantel de volta ao sucesso no Girabola e nas Afrotaças,
concretamente na fase de grupos da Liga dos Clubes Campeões. No entanto, os resultados não apareceram e, num quadro de incertezas, quanto à robustez financeira do clube de modo a honrar os encargos com os expatriados, a batuta foi entregue a Filipe Nzanza.